Adriana Dias

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Adriana Dias
Nome completo Adriana Abreu Magalhães Dias
Nascimento 1970
Morte 29 de janeiro de 2023 (52 anos)
Nacionalidade Brasileira
Alma mater Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Ocupação Antropóloga, pesquisadora

Adriana Abreu Magalhães Dias (197029 de janeiro de 2023) foi uma brasileira antropóloga, feminista,[1] antifascista[2] e militante pelos direitos de pessoas com deficiência e doenças raras. Por causa de seu trabalho, Dias foi apelidada de caçadora de nazistas.[3][4]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Formada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas, mestre (2007) e doutora (2018) em antropologia pela mesma instituição. Desde sua graduação, Dias se especializou no estudo do neonazismo no Brasil; seu trabalho discorre sobre a organização desses grupos em ambientes virtuais.[5] Em sua metodologia, sempre que encontrava um site neonazista, ela o imprimia fisicamente e o denunciava até que ele fosse derrubado.[6] Dias identificou 334 células neonazistas em atividade no país,[7][8] esse número tendo saltado para 530 em 2021.[9] Uma de suas descobertas foi uma carta de 2004 assinada pelo então deputado Jair Bolsonaro divulgada em um site neonazista; nela o político escreve: "Todo retorno que tenho dos comunicados se transforma em estímulo ao meu trabalho. Vocês são a razão da existência do meu mandato.”[6]

Dias era portadora de osteogênese imperfeita,[10] e ficou conhecida por seu ativismo pelos direitos das pessoas com deficiência e doenças raras. Ela foi a criadora do Instituto Baresi, fórum nacional associando pessoas com doenças raras, deficiências e outros grupos de minoria, coordenou do Comitê “Deficiencia e Acessibilidade” da Associação Brasileira de Antropologia[8] e foi membro da American Anthropological Association.[11] Na política, integrou a Frente Nacional de Mulheres com Deficiência, foi parte da Associação Vida e Justiça de Apoio às Vítimas da Covid-19, participou da equipe de transição do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022,[1] participou de audiências da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara de Campinas que investigava crimes nazifascistas,[12] e foi importante na criação do Projeto de Lei que instituiu o Dia Nacional de Doenças Raras.[8]

Dias morreu aos 52 anos em 29 de janeiro de 2023, de câncer cerebral.[12]

Referências

  1. a b Silvio Almeida (29 de janeiro de 2023). «Nota de pesar - Adriana Dias». Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Consultado em 31 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  2. Tatiane Correia (29 de janeiro de 2023). «Morre Adriana Dias, principal pesquisadora do neonazismo brasileiro». GGN. Consultado em 31 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  3. Victoria Bechara (30 de janeiro de 2023). «Com extrema direita em alta, Brasil perde sua maior 'caçadora de nazistas'». Revista Veja. Consultado em 31 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  4. Tatiana Farah (30 de janeiro de 2023). «O adeus à caçadora de nazistas». Terra. Consultado em 31 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  5. «O neonazismo na sociedade contemporânea. Entrevista especial com Adriana Abreu Magalhães Dias». Instituto Humanitas Unisino. 29 de novembro de 2007. Consultado em 31 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  6. a b Leandro Demori (28 de Julho de 2021). «Pesquisadora encontra carta de Bolsonaro publicada em sites neonazistas em 2004». The Intercept Brasil. Consultado em 30 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  7. Augusto Tenório (29 de janeiro de 2023). «Morre Adriana Dias, pesquisadora sobre nazismo». Metrópoles. Consultado em 30 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  8. a b c Suely Kofes (30 de janeiro de 2023). «Despedida de Adriana Dias». Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 31 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  9. Fernanda Mena (14 de agosto de 2021). «Brasil vive escalada de grupos neonazistas e aumento de inquéritos de apologia do nazismo na PF». Folha de S.Paulo. Consultado em 30 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  10. Renata Brum e Rafael Antunes (30 de outubro de 2015). «Por falta de equipamento, professora é impedida de embarcar em avião». G1 Zona da Mata. Consultado em 31 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  11. «Adriana Dias - Revista Fórum». Revista Fórum. Consultado em 31 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 2023 
  12. a b «Pesquisadora da Unicamp que estudou grupos neonazistas no Brasil e integrou grupo de transição do governo morre aos 52 anos». G1. Consultado em 30 de janeiro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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